terça-feira, 22 de março de 2011

Relatório da aula do dia 10/03/2011

Flaviana Faustino
Luciano Camargo

Nas aulas do dia 10 de março de 2011, começamos a conhecer um dos grandes filósofos da educação, Paulo Reglus Neves Freire, com o livro “Pedagogia da Autonomia”, que foi a sua última obra publicada em vida. Apresenta propostas de práticas pedagógicas necessárias à educação como forma de construir a autonomia dos educandos, valorizando e respeitando sua cultura e acervo de conhecimentos empíricos. Quando o autor defende a autonomia do educando, está pensando em uma escola em que o aluno deixe de ser mero instrumento passivo do ato de aprender e passe a agir como sujeito ativo e crítico no ato da aprendizagem. Antigamente, a sociedade educava a criança para que seus pais fossem seu espelho, ou seja, para seguirem as mesmas profissões deles. Assim, o filho de agricultor teria de ser agricultor também.
Esta obra gira em torno da prática educativo-progressiva, em favor da autonomia dos educandos. Quando o autor fala da educação progressiva, ele está-se referindo à “escola nova”. Porém, não apenas à escola nova idealizada por Anísio Teixeira, mas em uma escola  onde todos teriam acesso e oportunidade de crescer, uma escola voltada para “os esfarrapados do mundo”. Assim, Freire se preocupou com os mais pobres, até porque tinha uma visão marxista, mais preocupada com as causas sociais.
A prática educativa não se restringe apenas aos saberes necessários à matriz curricular, exige muito mais do educador. É essencial que tenha conhecimento para levar autonomia aos educandos, e é preciso que saiba a diferença entre treinar e formar. Treinar é simplesmente adestrar para que repita ao “pé da letra” o que aprendeu, sem espírito questionador, sem senso crítico; é o contrário de formar, que exige muito mais cautela e esforço intelectual. No ato de formar, o educador obstina levar o educando a outro patamar, que o faça crescer pessoal e intelectualmente, que seja questionador e crítico.
Ainda nessas aulas, tivemos a oportunidade de comentar sobre o Liberalismo de John Locke, que parte do princípio de que o homem nasce livre, têm as propriedades dos bens que extrai da natureza ou adquire por via do seu mérito. Locke defende a ideia de liberalismo justamente na época em que o estado era totalitário, ou seja, o estado manda em tudo que diz respeito a sua vida. E, no meio dessa política, Locke pregava os direitos naturais individuais humanos, direito a bens, propriedade privada, à vida e à liberdade. Discutimos também o fatalismo neoliberal, que traz a ideia de que você é culpado pela sua condição de vida, que você nasceu para ser assim e tudo que acontece já está predestinado a acontecer pela própria lógica da competição de mercado. Freire critica permanentemente a malvadez neoliberal, a ideologia fatalista e a recusa inflexível ao sonho e à utopia. Ele mostra a sua indignação e a sua raiva quanto às injustiças a que as pessoas são submetidas. O ser humano se tornou a presença do mundo e, quando ele reconhecer no outro a si próprio, aí sim a ética universal será plena. Para finalizar, “educar não é um ato de repetir ideias, mas de criar e recriá-las,” como disse Paulo Freire.

Referências

FREIRE, Paulo. Pedagogia da Autonomia: saberes necessários à prática educativa. São Paulo: Paz e Terra, 1996. 

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