Para que Filosofia da educação? 11 teses
Andressa Cristina Tomacheki de Souza
Edpamela Beltramelo de Souza
Odair Alves Vieira
Nesta aula foi trabalhado o texto Para que filosofia da educação? 11 teses, de Hans George Flickinger. Iniciou-se fazendo uma breve revisão da tese I, perguntando sobre o significado de algumas expressões “postura reflexiva” e “práxis educativa”. Após relembrarmos sobre o assunto, desenvolvemos a leitura da tese II, III, IV e um breve comentário de tese V. Para melhorar entendimento das teses, fizemos comentários, debatemos e tiramos as dúvidas que surgiram após a leitura de cada tese. Isso será exposto com mais detalhes de acordo com a sequência em que foi abordada cada tese.
Na segunda tese, questionou-se a falta de informação da parte do professor, em que o mesmo tende a se preocupar com o método, esquecendo do conteúdo, lembrando que um deve estar sempre próximo do outro para que não haja a cegueira teórica da educação, estando o mesmo pronto para responder e tirar as dúvidas dos alunos, em vez de ficar pensando em sua carga horária e seu salário no fim do mês. Flickinger defende nessa tese que professores e alunos devem ter uma postura reflexiva, um comportamento refletido. Deve vir do professor o seu incentivo para a reflexão. Entendemos por postura refletida a capacidade de refazer, de repensar os métodos, repensar os alunos, implicando em dialogar, produzindo e recebendo critica. É assim que deve acontecer nas salas de aulas. Uma das tarefas do professor é mostrar que o aluno está errado em certas situações, apontando o problema de forma que o aluno reveja e reflita sobre o seu erro.
Também podemos destacar, na discussão dessa tese, que as tendências pedagógicas têm de estar sempre abertas às críticas, por ser uma ciência. Suas regras tendem a ser mais reflexivas, por estarem sempre em contato com diversos contextos, diversas situações, até porque os alunos terão sempre suas diferenças, e o professor deverá estar apto a lidar com essa situação respeitando-as, até mesmo para não cair na prática do proselitismo, tentando converter os alunos para aquilo que este segue. É o caso de pessoas dogmáticas, que não sabem mudar, e nem querem, que concebem a realidade indiferentemente à opinião dos outros.
Abordou-se, na terceira tese, a importância da filosofia dentro do leque dos temas educacionais. Esse leque é o conjunto de temas que se abre em todas as direções. A Filosofia não é uma matéria diferenciada dentro dele, não deve ser vista como uma teoria acima da pedagogia. Ela irá permear todo o leque, levando a cada direção a reflexão, o agir consciente, tomando transparente a relação entre a prática e a teoria.
A discussão da IV tese começou com a dúvida sobre o que seria validade objetiva do pensamento, que é o fato do pensamento corresponder à realidade. E a filosofia é um pouco relativista, nos ajuda a perguntar, e a desconfiar para ter certeza se aquilo que pensamos é verdade. Assim, nosso pensamento se aproxima da realidade, fazendo o que chamamos de reflexão, acabando com a certeza, obtendo dúvidas, voltando às origens. Essa volta às origens é o auto-perguntar sobre como é que um pensamento surgiu. A Filosofia vai te perguntar como surgiu esse pensamento, o que teria provocado tal maneira de pensar.
Na V tese, falou-se sobre o conceito de crítica, que é o processo de criticar a capacidade de fazer crítica, criticando seu alicerce, refazendo o próprio ponto de vista, tendo uma visão neutra sobre si mesmo, pondo-se no lugar do outro, se arriscando pelo questionamento, e negando o que se acha, pensa ou tem certeza. Temos que passar a ideia de que, para se resolver os problemas, iremos usar do meio reflexivo, discutindo e dialogando, e por fim se acostumando com as opiniões diferentes.
Enfim, no que diz respeito às áreas de cunho educacional, é de grande importância o agir consciente, evitando ao máximo a racionalidade que muitas vezes está prese às nossas concepções particulares. Afirma-se, assim, que a filosofia da educação é a fundamental para a prática e para o desenvolvimento de um método, fazendo refletir sobre nossas próprias críticas e conceitos dentro da área pedagógica.
REFERÊNCIAS
FLICKINGER, H.-G. Para que Filosofia da Educação? – 11 teses. Perspectiva, Florianópolis, v. 16, n. 29, jan/jul 1998. p. 15-22
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