Pâmela Cristina da Silva Pedra
Ivo Maia Lima Pantouja
Valéria Sousa
Nesta aula, tratou-se do tema Fundamentos Sociais da Transformação escolar de Anísio Teixeira, discutido por ele na obra Pequena introdução à Filosofia da Educação. A aula iniciou com a indagação de um acadêmico sobre a relação entre Positivismo e Pragmatismo. O Positivismo não vê o vínculo entre Escola e Sociedade, e está na base da Escola Tradicional, porém com algumas adequações.
O Pragmatismo também não vê o vínculo entre Escola e Sociedade. É um pensamento acrítico. A diferença é que o pragmatismo ressalta uma postura mais ativa do aluno, ou seja, que o aluno não fique só na teoria e sim coloque em prática aquilo que aprende em sala de aula. Mas do que isso, para o pragmatismo o próprio aprendizado só ocorre de fato na ação.
Assim, as semelhanças entre a Escola tradicional e o Positivismo estão no fato de ambos ressaltarem a ordem e a disciplina e em não verem vínculo entre escola e sociedade. Esta última característica ambos compartilham também com o pragmatismo. Mas este se distingue de ambos por enfatizar mais o caráter ativo da aprendizagem escolar e seu papel para o progresso
Para Anísio Teixeira, a Escola tem de ser progressiva, porque a sociedade é progressiva, ou seja, muda constantemente. Seria como a indústria, que é um processo de desenvolvimento contínuo. Ela trouxe uma integração maior da sociedade através das trocas de informação e experiências, em prol do desenvolvimento, em conjunto com a ciência. Surgiram novas experiências e o aperfeiçoamento de novas técnicas.
Com base nas transformações sociais provocadas pela indústria e pelas ciências, deu-se um novo processo social, chamado de globalização. Este está trazendo uma nova realidade na sociedade, trazendo mudanças profundas no âmbito familiar, introduzindo a mulher no mercado de trabalho, e abrangendo o leque de funções dos membros da família. O que antes era tradição de família, os filhos praticando o mesmo ofício dos pais, conservando-o de geração a geração, com os novos modos de vida produzidos pela modernidade, foram afastados todos os tipos tradicionais da ordem social.
Com a nova a sociedade, a família deixa de ser o lugar da formação moral e social, que agora passa ser responsabilidade da escola. Com isso, surge a necessidade de mudanças no âmbito escola. Esta é a proposta da escola progressiva: criar uma escola que não se restrinja à transmissão de conhecimentos, abordando de maneira integral o intelectual, o moral e o físico, enfatizando a relação entre educação e bem-estar social, estabilidade, progresso e capacidade de transformação.
A escola progressiva tem a função de constituir um novo homem, preparado para ser um membro responsável e inteligente desse novo sistema. Ela visa criar meios intelectuais de compreensão da liberdade, para que o indivíduo não seja absorvido pela vida moderna, reduzindo as relações sociais a uma interdependência mecânica, afastando-se do senso critico. Esse novo homem, independente e responsável, é o que a escola progressiva deve vir preparar, para viver em relação mais própria com o mundo.
TEIXEIRA, A. Pequena introdução à Filosofia da Educação: A escola progressiva ou a transformação da escola. 6. ed. Rio de Janeiro: DP&A, 2000.
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